quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ensaio

Um grito
e a  cidade pára.

O som agonizante
espalha  o pânico.
No ar, o espanto.

O medo
arma a couraça do silêncio.
O assombro
desce o véu do esquecimento.

A cidade retoma seu movimento,
a indiferença.
Com olhares no chão
todos vão.
A vida segue
pelos vãos.

No quarto escuro,
a voz embargada,
o coração descompassado,
soluços engolidos,
inaudíveis.

A platéia aplaude.
Cai o pano.

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2 comentários:

Vital disse...

um ensaio da poesia meta-urbana. muito bom voltar à essa nossa poesia marginal em que nós nos lemos e relemos. grande beijo.

Mariângela disse...

beijo, Vital!