sábado, 26 de fevereiro de 2011

pra Cris Angelini



Houve um tempo de cantar.
Anos em que cantar era como rezar,
era o pleno viver.
Cantávamos tanto,
parecia que nosso canto
invadiria o planeta,
que o universo reconheceria nossa voz
(e a sua garra.)
É claro, não mudaríamos tudo,
apesar da vontade, da ilusão (in)consciente.
Bastava. Bastou.
Com sua voz desafinada
fez o canto da liberdade florescente
entrar no coração de muita gente.
Com meu violão descompassado,
ora ou outra, chorávamos,
ora ou sempre, ríamos
contando nossas mazelas,
nossas conquistas
e fazendo da vida
o que ela devia e deve ser,
o que ela é:
dor e alegria.


foto: Ugo Perissinotto

2 comentários:

Textos e mais textos...É a vida... disse...

QUe linda homenagem à amizade, Ma.
Sempre amigas, sempre queridas.
Saudades da Cris tb.
bjks

Mariângela disse...

Esse comentário é a resposta que a Cris me enviou:

Ma
Fiquei emocionada com a sua poesia. Nossa... foi um tempo maravilhoso, intenso, de fortalecimento das amizades, da cumplicidade "do bem". A prova do que falo esta no carinho da sua poesia. Ainda canto, às vezes, sozinha, e com a mesma vontade e a mesma fé. Posso não acabar com toda a injustiça, mas vou dar trabalho, mesmo desafinada.rsr Obrigada pelo carinho,de sempre. saudades...
beijos
Cris