sonhos que sonho
pedalando pelo campos
a chuva leva
Palavras perdidas num dia de chuva,
me lembram os barquinhos de jornal
que eu fazia na infância.
Eu os colocava na enxurrada da rua,
feliz por vê-los seguirem seus caminhos,
às vezes turbulentos.
Imaginava sempre alguém os resgatando
e pensava, depois, por quais mares navegavam.
Cada dia de chuva era sempre uma viagem.
A enxurrada, quanto mais forte,
mais minha imaginação viajava.
Meu coração navegava seguro
nas palavras perdidas, contidas
nos barquinhos de jornal.
Eu acreditava.
Haveria sempre um rio, depois um mar.
Haveria sempre um lugar pra chegar.
Haveria sempre alguém pra resgatar
as palavras perdidas na enxurrada,
nos dias de chuva.
foto: Ugo Perissinotto
Um comentário:
lindão!,
um bjo.
ps. e as palavras por aqui, nesta cidade, vão se dissolvendo no meio de tantas águas. e como chove neste lugar.
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