segunda-feira, 5 de abril de 2010

conversa com o vento




dia desses
fiquei um tempo,
com o rosto na janela,
sentindo o vento.

vento de outono.

vento forte...
levantava as folhas e os galhos das árvores...
levantava a poeira da rua.
levantou meu cabelo...
levou meus pensamentos
longe....

queria levar minha dor,
mas ela era muito minha,
eu não deixei.

era uma dor a ser superada
com o tempo.
não só com a força do vento,
eu precisava da ajuda da lua
e da luz de arco-íris.

hoje o vento voltou
e calmamente
levou a minha dor.

eu deixei...

porque dor não se leva assim,
aos trancos de um vento forte.
a dor sai e vai
no momento de ir
e quando se permite ir.
quando permitimos
com calma
e gentileza.

então o vento me falou
suavemente,
que não era a minha dor
que ele queria levar.
era a mim,
que ele queria mudar
de lugar.

e eu me deixei levar
...................................

2 comentários:

Marcelo Novaes disse...

Mariângela,




Verdade...



Há o tempo de maturação para poder-deixar-ir a dor.





;)






beijo.

Textos e mais textos...É a vida... disse...

Tem dor que nunca vai acabar, e vc sabe.
Mesmo que o vento a leve... ela vai doer.
Não há como não doer.
Ainda doi demais.
Doi muito.
Mas vai adormecer.
Preciso ir aí, ver a dor de perto.
Deveria ter ido.
E vou, porque não há mais outro jeito.
Mas sei que em mim vai doer eternamente a perda.
Vai adormecer a dor, mas vai doer.
bjksssssss
Malu