Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
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terça-feira, 30 de março de 2010
O Envelhecimento e a Morte
(foto minha, feita no orquidário que visitei, perto da chácara do João, meu irmão.)
não representa exatamente a idéia do texto, mas reflete o que senti no momento da foto, sobre raízes antigas e o acolhimento. O que temos que aprender pra viver e morrer, compreendendo esse ciclo.
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" Segundo a psicologia budista o envelhecimento e a morte, iniciam-se no instante após o nascimento. Assim como um fim de um incenso inicia-se no momento em que ele é aceso, morremos, porque nascemos. Morremos da maneira como vivemos. O modo como levamos a vida condiciona a maneira como iremos morrer.
Certa vez Lama Gangchen Rinpoche nos disse: "Se usássemos a palavra renascimento no lugar de morte, grande parte de nossos problemas em relação ao processo de morrer já estariam resolvidos. Não diríamos fulano morreu hoje, mas fulano acaba de renascer...". Desta forma, a medida em que aprendemos a ver a morte como uma transição da vida, podemos igualmente reconhecer a força da presença de vida surgindo após a morte.
Nunca me esqueço o dia em que junto com o Pete, machadei pela primeira vez uma árvore: era um longo coqueiro que já estava morto há anos. Sentir a força do embalo do machado cortando o tronco, desperta foco e determinação: um ótimo exercício quando precisamos aumentar a nossa força de vontade... Mas o grande aprendizado surgiu depois que o coqueiro caiu no chão e o Pete o cortou ao meio. No interior do seu tronco morto havia uma grande quantidade de húmus: um adubo de excelente qualidade. Os olhos do Pete brilharam. Eu apenas pensei: "Há vida na morte!"
Extraído do Livro "Mania de Sofrer" de Bel Cesar, Editora Gaia
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quinta-feira, 25 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
domingo, 21 de março de 2010
Cores do outono
Dizem que o outono é triste.
O outono não é triste,
é seco.
Se fosse triste,
choveria todos os dias.
As cores do outono é que são tristes.
Ocres e cinzas.
O pôr do sol é colorido.
Seus tons alaranjados
derramam um quase vermelho
na beleza sóbria da estação.
Quando o vento sopra, frio,
folhas crepitantes se amontoam,
deixam sinais por toda parte.
Outras, se iluminam,
dançam no alaranjado,
resistem, mas secam.
O outono não é triste,
é seco.
Tristes são as folhas.
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sábado, 20 de março de 2010
lia
quarta-feira, 17 de março de 2010
segunda-feira, 15 de março de 2010
A Paz
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A paz
invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz
fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz
Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"
Gilberto Gil & João Donato
http://www.youtube.com/watch?v=PV_gWajtf
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A paz
invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz
fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz
Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"
Gilberto Gil & João Donato
http://www.youtube.com/watch?v=PV_gWajtf
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domingo, 14 de março de 2010
coisas de criança
quinta-feira, 11 de março de 2010
Poetas
Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!
Florbela Espanca
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Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!
Florbela Espanca
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segunda-feira, 8 de março de 2010
domingo, 7 de março de 2010
novos ares
quinta-feira, 4 de março de 2010
Mistérios
(www.fotoseimagens.etc.br)
Um fogo queimou dentro de mim
Que não tem mais jeito de se apagar
Nem mesmo com toda água do mar
Preciso aprender os mistérios do fogo pra te incendiar
Um rio passou dentro de mim
Que eu não tive jeito de atravessar
Preciso um navio pra me levar
Preciso aprender os mistérios do rio pra te navegar
Vida breve, natureza
Quem mandou, coração?
Um vento bateu dentro de mim
Que eu não tive jeito de segurar
A vida passou pra me carregar
Preciso aprender os mistérios do mundo pra te ensinar
Maurício Maestro / Joyce
http://www.youtube.com/watch?v=Yz4RYrZ7f58
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quarta-feira, 3 de março de 2010
chamas
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